segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Sendo o Evangelho...

Por Fabrícia Moura

Nesses últimos dias, tem se despertado em mim um sentimento, um desejo que não sentia como agora, a palavra que vem sempre a minha mente é COMPAIXÃO, não sei explicar, se é crise existencial, sei lá, mas dentro de mim há um desejo enorme de ajudar...

Outro dia enquanto lavava a louça do almoço, pensava em algumas passagens da bíblia, principalmente o novo testamento, sempre pensava em Jesus, como Ele pregava ao ar livre, chamando as crianças, ajudando a quem necessitava, então comecei a entender algo, que se tivesse uma lâmpada sobre a cabeça com certeza ela iria ascender.

Sempre estamos pedindo a Deus, seja material, ou espiritual, mais material, muitas pessoas pedem a Deus algo não porque querem aquilo, mas porque precisam! Uma mãe que vê os filhos com fome, não vai pedir a Deus uma casa ou um carro, mas sim o pão que os alimente, isso é a necessidade. Penso que essas pessoas tem um valor tão grande para Deus, pois pendem com sinceridade de coração. Somos tão hipócritas que entramos dentro de templos dizendo que vamos adorar, sendo que em muitas das vezes entramos para implorar por um novo emprego, um casamento, um carro, enfim... necessidades superficiais, que depois de supridas, voltamos a crise existencial, até descobrir que deve pedir outra coisa.

Enquanto refletia sobre essa prática, comecei a analisar a passagem de Jesus sobre a Terra, Ele não veio só cumprir aquilo que o Pai desejou, Ele veio ser aquilo que o Pai quer que sejamos: ser o evangelho, caminhar no evangelho, seguir a Jesus, e enquantos seguimos, fazemos aquilo que realmente o pai quer, que amemos o próximo como a nós mesmo.

Dona Zilda Arns não foi conhecida por ser uma grande pastora, ou madre, nem mesmo por pregar o evangelho de Jesus, porque ela não precisava, pois Zilda Arns era o evangelho, enquanto praticava a caridade ela era aquilo que o Pai deseja dos filhos, e creio que Deus deu um lugar muito bom para essa mulher.

Martin Luther King, conviveu com sua familia, teve amigos, viveu no mundo, e era o evangelho, pois lutava pela liberdade de sua raça, pois somos todos iguais aos olhos do Pai.

Temos tantas decisões a tomar durante um dia, um mês ou um ano, e quando se fala de ajudar, se desprender de algumas coisas, ou tempo enfrentamos tantas barreiras.

Penso que quando Deus escolhe pessoas para se destacarem no mundo enquanto ajudam pessoas, Ele já traça um plano para que essas pessoas toquem outras, e outras até contagiar um grande número, e mesmo que encontrem barreiras para fazer aquilo que o coração deseja, Deus coloca dentro delas um pouquinho daquilo que Jesus foi e é, para que possam ter forças para lutar até o fim. Reparem que essas pessoas passam pela Terra e vão repentinamento - Jesus, Madre Teresa, Dona Zilda, Luther King - penso que eles são tão especiais que Deus os que ao seu lado, só colocando-os aqui para que pessoas como eu, possam ser tocadas em algum momento da vida!

Iria terminar esse texto com um versículo, mas vendo partes do discurso de Luther King, pude compreender o quanto ele desejava ser o evangelho, e não só praticá-lo.

Que o Senhor desperte a cada dia mais o desejo de Compaixão, o desejo de não praticar o evangelho de Jesus, mas sim como Ele, ser o próprio evangelho!

“Se soubesse que o mundo se desintegraria amanhã, ainda assim plantaria a minha macieira.O que me assusta não é a violência de poucos, mas a omissão de muitos.Temos aprendido a voar como os pássaros, a nadar como os peixes, mas não aprendemos a sensível arte de viver como irmãos.

Cada dia é o dia do julgamento, e nós, com nossos atos e nossas palavras, com nosso silêncio e nossa voz, vamos escrevendo continuamente o livro da vida. A luz veio ao mundo e cada um de nós deve decidir se quer caminhar na luz do altruísmo construtivo ou nas trevas do egoísmo. Portanto, a mais urgente pergunta a ser feita nesta vida é: – O que fiz hoje pelos outros?"
Martin Luther King